terça-feira, 15 de junho de 2010

Momento de Reflexão II

O PODER DA APRECIAÇÃO




O radialista Paul Harvey, num de seus programas, mostrou como uma apreciação sincera consegue mudar a vida de uma pessoa. Contou que, há muitos anos, uma professora de Detroit solicitou a Stevie Morris que a ajudasse a procurar um camundongo que estava solto na sala de aula. Entenda-se: ela apreciava o fato de que a natureza houvesse dado a Stevie algo que na sala ninguém possuía. A natureza havia dado a Stevie um aguçado par de ouvidos para compensar sua cegueira. De fato, era aquela a primeira vez que alguém reconhecia a capacidade de seus ouvidos. Aquele ato de consideração iniciou-lhe uma nova vida. A partir daquele momento, começou a desenvolver seu dom auditivo, sua sensibilidade apurada e explorar os recursos de sua voz. Através de muito esforço tornou-se, sob o nome artístico de Stevie Wonder, um dos maiores cantores e compositores americanos de música popular.
Todos precisam de estímulo. Nosso íntimo é rico em potencialidades, é certo, mas, da mesma maneira que as sementes só se desenvolvem quando recebem regularmente a água e o sol, nossas forças íntimas precisam de incentivo, de estímulo. E nada como a verdadeira apreciação para fazer florescer o que muitas vezes dorme tímido, no imo de nossos jardins espirituais. Apreciação que começa no lar, quando pais conhecem os filhos profundamente, e sabem do que eles são capazes. Apreciação que, por vezes, falta em famílias onde reina apenas a crítica, o controle, o autoritarismo cerceador. Muitos pais e educadores, no intuito às vezes nobre, de buscar identificar as más tendências das crianças, para que essas sejam atendidas e não se desenvolvam, esquecem de perceber as positivas. Passam a cercear toda e qualquer atitude que possa apontar para uma imperfeição da alma, sendo severos sempre, como se cuidassem de um ser internado numa instituição de recuperação de delinqüentes. A disciplina mais rigorosa é necessária sim, principalmente nos casos de Espíritos rebeldes, que são recebidos em lares que os possam auxiliar. Porém, quando ela se mostra constante, em todo e qualquer momento, poderá ser interpretada pelo educando como falta de amor, de carinho. O equilíbrio pede direcionamento sempre que necessário, mas nos aponta também o caminho da apreciação e do estímulo para o positivo. Reforçar o positivo sempre irá falar mais alto do que recriminar o negativo. Em algumas situações, emergenciais, a corrigenda, a austeridade serão a melhor escolha? Será que os Espíritos rebeldes não esperam, muitas vezes, por alguém que lhes ajude a descobrir o que tem de bom em si? Será que não aguardam pelo amor de um pai, de uma mãe ou de um educador, que possa lhes estimular um comportamento positivo que já apresentam? Quase todos os pais repreendem o filho quando as famosas notas vermelhas aparecem nas avaliações. Mas, quantos pais elogiam, comemoram, quando as notas são altas, ou quando fazem um bom trabalho? Quase todos criticam a falta de estudo, de dedicação. No entanto, quantos pais reconhecem quando seus rebentos se esforçam, se superam, mesmo que o mundo não lhes tenha reconhecido o valor? Descubramos na prática o poder da correta e sensata apreciação, e vislumbremos o florescer das almas do Mundo, mostrando o que possuem de melhor.